Todo dia é 18 de maio

Escritora Mônica Mota

Após três anos do lançamento de “Tom, Elis e Chico“, a jovem Mônica Mota, 24, lança seu segundo livro infantil, “Menino Bernardo”. O lançamento será nesta quinta-feira (5/5), às 15h30, na Assembleia Legislativa do Ceará. A publicação reforça o combate ao abuso e exploração sexual infantil, principalmente de crianças com deficiência.

“Menino Bernardo” foi inspirado em um diálogo com o pequeno Vinícius, filho de amigos da escritora, “um menino inspirador”, portador de Mielomeningocele, uma má formação neural que causou lesões nervosas que o levaram à paraplegia e à hidrocefalia. A obra é fruto de um financiamento da Visão Mundial e conta com o nosso apoio.

Capa do livro “Menino Bernardo”.

Mônica é natural de Pentecoste, município sede da nossa organização. Ela é filha de agricultores, neta de professora, estudou a vida inteira em escola pública do campo. Quando criança, foi vítima de abuso sexual dos 6 aos 12 anos e com a ajuda de um professor superou traumas e dificuldades da vida no campo. Hoje é ativista no combate à violência sexual infantil.

No seu primeiro livro “Tom, Elis e Chico”, lançado na XII Edição da Bienal Internacional do Livro, em 2019, Mônica tratou de forma lúdica a violência e o abuso sexual contra crianças, tornando-se a primeira cearense a publicar um livro infantil nesse tema.

“Desde 2018 nós acompanhamos o protagonismo da Mônica e apoiar o lançamento do segundo livro dela é muito significativo. Ele é parte de um trabalho maior que ela desenvolve, o projeto #TododiaÉ18deMaio, que ressalta a importância de todo dia combater a violência e o abuso sexual contra crianças. Em “Menino Bernardo”, ela fala com um público que carece de proteção e que seus direitos sejam garantidos, os meninos e PCD’s (Pessoas com Deficiência)”, destaca nossa Diretora de Comunicação, Evilene Abreu.

Sobre a obra

“Menino Bernardo” traz o alerta para a pouca atenção dada às pessoas com deficiência. A proposta de Mônica em sua segunda obra infantil é mostrar que a infância deve ser um espaço seguro, colorido e cheio de brincadeiras. Os adultos precisam assumir a responsabilidade de ouvir e proteger as crianças. No livro, a autora aborda ainda estratégias de autoproteção que podem ser ensinadas aos pequenos.

O livro alerta ainda para a importância do diálogo entre adultos e crianças sobre todos os tipos de agressão. Cita também o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e a sua importância na sala de aula, assim como o papel dos adultos de ouvir e não omitir qualquer violência sofrida pela criança, seja ela portadora de alguma deficiência ou não.

Só no Brasil, existem cerca de 45,6 milhões de pessoas que vivem com algum tipo de deficiência. Destas, 3,5 milhões são crianças de até 12 anos de idade. Os dados são de 2010 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De acordo com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) crianças com deficiência têm uma probabilidade de três a quatro vezes mais alta de serem vítimas de violência tendo ainda mais dificuldade de relatarem a violação de direitos que foram expostas.

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