Agroecologia comemora resultados

Seminário mostrou os resultados alcançados pelo Projeto AFAM no Ceará, ao longo de cinco anos de execução

O Projeto Agricultura Familiar, Agroecologia e Mercado (Afam)está chegando ao fim, deixando bons frutos no semiárido cearense. Coordenado pela Fundação Konrad Adenauer, com co-financiamento da União Europeia, a iniciativa tem sido, nos últimos cinco anos, responsável pela melhoria da qualidade de vida das comunidades de pequenos produtores, por meio do fortalecimento da agricultura familiar ecológica e sustentável.

Iniciado em 2006, o Projeto contribuiu para a criação e fortalecimento de redes de agricultores familiares ecológicos na região de Itapipoca, no Sertão Central e no Maciço de Baturité. Para tanto, contou com a valiosa cooperação com as organizações não-governamentais (ONGs) Instituto Sesemar, Agência de Desenvolvimento Local (Adel) e Núcleo de Iniciativas Comunitárias (NIC).

De acordo com Angela Kuester, coordenadora geral do projeto, o Afam foi o principal eixo de atuação do escritório regional da Konrad Adenauer no Nordeste, por unir as dimensões social, econômica e ecológica. Este ano, a unidade da fundação alemã no Ceará será fechada, e o atendimento, transferido para a unidade do Rio de Janeiro. “Mas isto não significa o fim das parcerias e das iniciativas que, como vemos, já caminham com as próprias pernas”, explica Angela.

Entre as conquistas, Angela Kuester enumera o fortalecimento do associativismo e cooperativismo, a construção do conhecimento agroecológico, as políticas públicas para a transição agroecológica, o acesso a mercados justos e a certificação alternativa de produtos agroecológicos. Os resultados e aprendizados do Projeto Afam foram, inclusive, debatidos ontem, num seminário realizado em Fortaleza.

Segundo Wagner Gomes, diretor executivo da Adel, uma das principais lições do projeto Afam foi a constatação de que é possível conviver com o semiárido de forma sustentável, utilizando a Agroecologia. Ele reforça que a ADEL trabalha o empreendedorismo dos jovens no meio rural, “pela necessidade de mantê-los na área onde nasceram e cresceram, de uma forma produtiva e sustentável”.

Para Iran Pereira, coordenador do Núcleo de Iniciativas Comunitárias (NIC), a parceria foi fundamental para implementar, no Maciço de Baturité, de ações de produção agroecológica até então impensadas. “Capacitamos mais de 400 agricultores familiares. Hoje, temos mais de 50 hortas agroecológicas implantadas na região”, comemora.

Iran Pereira acrescenta que o maior desafio foi conscientizar os produtores familiares sobre a importância de não utilização de agrotóxicos, da não necessidade de queimadas e degradação do meio ambiente.

Ainda como exemplo de resultado prático, os participantes do projeto citam o fato de a Prefeitura de Barreira, município localizado a 74 quilômetros de Fortaleza, no Maciço de Baturité, estar atuando na transição agroecológica. Um dos desafios de continuidade que começa a ser pensado é passar as noções de Agroecologia às crianças, por meio das escolas municipais.

“Por todos os resultados já alcançados, podemos dizer que o projeto contribuiu e vai continuar contribuindo para uma produção mais limpa, uma alimentação mais saudável e um comércio mais justo no Ceará”, resume Angela Kuester.

Legado

“É possível desenvolver a agroecologia e conviver com o semiárido”

Wagner Gomes
Diretor executivo da Agência de Desenvolvimento Econômico Local (Adel)

“O desafio foi conscientizar os agricultores sobre a não utilização de agrotóxicos”

Iran Pereira
Coordenador do Núcleo de Iniciativas Comunitárias (NIC)

MAIS INFORMAÇÕES

ADEL – Rua Juvenal Galeno, s/n, Benfica – Fortaleza – Tel: (85) 9199.8383/ 9106.8007

NIC – Rua Maria do Carmo Oliveira, 325 – Barreira – Tel: (85) 3331.1350

Instituto Sesemar – Rua Ildeberto Barroso, 1195, Centro – Itapipoca – Tel: (88) 3631.3620

Fonte: http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=920548 

Compartilhar: