Assentamento Maceió recebe a visita dos jovens do PEJR Medio Curu

Durante a viagem de estudos pelos municípios do Vale do Aracatiaçu e Baixo Curu, os jovens do Programa Empreendedorismo do Jovem Rural – PEJR, viveram uma experiência única ao acamparem no Assentamento Maceió – Itapipoca. O grupo chegou ao local na noite do dia 14 de março, onde foi recebido pela educadora Nonata e pelos moradores do assentamento.
O assentamento Maceió é fruto da luta de mulheres e homens que na década de 1970 decidiram lutar em busca do direito à terra juntamente com a igreja local da época. É composto por 12 comunidades numa extensão de 5.844 ha de terra. Dona Graça, uma das moradoras mais antigas, conta com orgulho a história do local e divide em três etapas: a busca da terra, a elaboração dos projetos e a produção, fase em que estão atualmente.

Apesar das conquistas já alcançadas os moradores ainda lutam para não perder a praia de Maceió, fonte de renda para as quase mil famílias que vivem da pesca e do artesanato de renda. Na luta contra um empresário que deseja abrir um empreendimento no local o grupo montou um acampamento à beira da praia para garantir que o espaço não será invadido pelos grandes empreedimentos de turismo.

“A chegada de uma barraca comercial aqui, nos traria mais prejuízos do que vantagens, a começar pelas drogas e prostituição, precisamos manter nossa praia limpa e em paz, argumenta Dona Ana, uma das moradoras do assentamento.
Além da pesca marítima, os moradores estão desenvolvendo a criação de algas através do Projeto Calma, financiado pelo Governo do Estado. O projeto reúne 23 pescadores que ainda estão na fase inicial de produção mas já começam a receber encomendas para o escoamento da produção de algas.

No convívio com a comunidade, os jovens visitantes puderam partilhar da realidade de um grupo que prova que o direito à terra, a busca por melhores condições de vida e o respeito à natureza ainda é possível. “Fomos o primeiro assentamento do Brasil a não ter nenhuma morte na conquista da terra, afirma Antonio, outro morador.

Apoiado pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST, o assentamento Maceió é um dos raros locais onde o respeito ao meio ambiente é um valor natural dos moradores. “A terra é nossa mãe, o mar é nosso pai, sem eles estaríamos órfãos, conclui Dona Graça.

A visita de estudos ao assentamento faz parte da IX Sequência do PEJR e foi financiada pelo Instituto Souza Cruz e Banco do Nordeste.

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